quarta-feira, 6 de março de 2013

E quando tudo parecia cor de rosa...

É o processo até aqui foi iluminado. A escolha dos poemas, e a apropriação dos mesmos o encontro com a Ana Fuchs que tão generosamente se dispôs a dirigir este trabalho, bastante desafiador, o acolhimento dos amigos que doaram objetos pessoais para o meu trabalho. Tudo isso aliado a  encontros diários de 4 horas, de segunda a sexta, sem esgotamento, cheio de amor e fluidez.
A Ana de uma generosidade ímpar, coisa que até então eu não tinha encontrado! E o processo fluiu. O filho nasceu, e na hora do nascimento era tão encantador que nós não vimos que ele estava abaixo do peso. Bem abaixo do peso.
Ontem recebemos uma visita no ensaio. Com um olhar carinhoso e cheio de amor e por isso honesto. Foi muito difícil perceber que a criança está ainda tão franzina. Tudo bem a estrada é longa e é muita pretensão achar que ela já nasceria com cara de miss.(fazer o que, eu até tento ser humilde, mas bem honestamente tô longe longe disso).
Eis que vem a tão temida, e também esperada, crise. E agora José? Pra onde correr? O que tá faltando? E onde compra isso?
Bom infelizmente não se compra o que falta. Se busca dentro, e as vezes tá tão escondido que parece que não tem nada. E daí começa a negação, e as desculpas, e o medo vai  ganhando um tamanhão que chega a doer, por que ele é enorme e vai crescendo, crescendo e vai engasgando por que ele toma todos os espaços, até que não se acha mais nada por que o bicho medo ocupou todos os lugares, e aquela busca de antes vai se perdendo. O que eu estava procurando mesmo?
Ah, explosão!
Vixe, explosão não tem não dona. Eu fui muito bem educada pra não explodir nunca. Pra responder sempre educadamente e com razão. Por que não dá pra perder a razão, NUNCA!
E o ritmo? é isso vamos buscar ritmo!
Eita porra! Eu nem sei dançar, que ritmo é esse?
E como faz pra não ser chato? Vou falar menos? E o jogo? E as risadas? (não ouvi nenhuma)
 E a palhaça? Cadê a palhaça que era pra estar aqui?
No final nada de novo no fronte. Todas estas perguntas já me visitaram antes e nas outras vezes elas foram muito mais cruéis. Agora elas vieram me alertar, me dizer que as coisas precisam de mais, mais energia, mais entrega, mais alegria, mais diversão! Ao menos desta vez foi sem choro, um resmunguinho de "ai de mim", mas nada de lágrimas desesperadas.
É sempre é duro ver que o filho não está assim tão bem quanto gostaríamos. Dói ver que não foi feito tudo o que era preciso, dói perceber que faltou entrega, faltou tesão. Mas depois de tanto cair, agente aprende a levantar, cuidar do machucado e seguir brincando.
E bora voltar a brincar.
Só que agora é sério!!!

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