domingo, 24 de março de 2013

5, 4, 3, 2, 1 ... ESTRÈIA: " Histórias do ermo do olho"!!!

Falta menos de 24h para a estréia do meu novo trabalho e o maior dasafio que já coloquei pra mim mesma. O friozinho na barriga se mistura com uma grande alegria que tenho no coração. E amanhã é o grande dia. O dia em que realizo mais um sonho, ainda pequeno, mas meu sonho. É ótimo trabalhar em grupo, compartilhar, aprender, discutir, ter suas idéias aceitas ou não, tudo vale.
A chegada da minha pequena pipoca me trouxe muitas dúvidas no campo da maternidade, mas uma certeza enorme no campo profissional, sim eu sou palhaça e sim eu vou seguir trilhando este caminho, sola ou bem acompanhada. Então quando a Ceci tinha uns 6 meses e eu já fervia de vontade de voltar a trabalhar, mas não sabia direito como nem com quem, convidei alguns conhecidos que trabalham com palhaço para que nos encontrássemos 1 vez por semana a fim de jogar, brincar, treinar palhaço, cada um com a sua experiência, cada um com o seu gosto pessoal e a sua habilidade maior. Os encontros começaram a acontecer e a partir deles as idéias. Nisso eu estava alcandorada relendo os poemas do Manoel de Barros, "Memórias inventadas", e dei de ver palhaço em cada palavra do poeta. E já não conseguia ler sem imaginar , e fui pra rua recitá-lo. E foi lindo lindo! E daí pra frente tudo o que aconteceu foi uma sucessão de carinhosos empurrões do universo me sussurrando VAI... VAI  Lá... CONTINUA, VAI SER LINDO!!!
Eu continuei, e no caminho fui encontrando cada gente linda de olhos brilhantes e coração aberto que aumentava minha força de seguir nesse plano que tanto me assustava: "oi? sozinha em cena, eu? de palhaça? sem ninguém pra fracassar comigo?"
Três palhaças foram exemplos e , pra minha sorte, amigas fundamentais nessa caminhada: Odília Nunes, Genifer Gerhardt e Ana Fuchs.
Odília (palhaça Bandeira), conheci no festival Palco Giratório do SESC, fui sua anja de asa quebrada. Odília me encantou com seu lindo, delicado e poético trabalho "Decripolou Totepou". Espetáculo onde a palhaça sozinha vai pra rua brincar e poetizar a vida dos transeuntes. Foi uma inspiração. Odília e eu mantivemos conversas via internet que sempre foram inspiradoras pra mim. Me encorajando, uma baita mãezona. Uma felicidade ter cruzado o seu caminho, obrigada pelas conversas, pela generosidade, pelo incentivo.
Genifer Gerhardt, quase não tenho como explicar a Geni, uma das figuras mais queridas que já tive a alegria de encontrar na vida. Querida, talentosa., delicada. Ela e suas miniaturas, todos tão grandes, tão lindos, tão emocionantes. A Geni além de estar nos encontros de treino desde o começo, também foi sempre uma incentivadora, de poucas palavras de mas de um olhar tão brilhante quanto um céu estrelado no mato, onde a luz dos postes não ofusca as estrelas. Amo, amo demais essa menina, e já amo também o seu menino Valentin que ela carrega no ventre. A Geni me confiou fazer parte da sua equipe na montagem do espetáculo "Brasil Pequeno" , baseado nas histórias de algumas pessoas que ela conheceu na sua viagem de volta da Bahia para Porto Alegre, um projeto lindo lindo.
E finalmente o furacão que passou por aqui pra mudar a paisagem e o rumo lento das coisas: Ana Fuchs.
Uma figura assustadoramente linda! Um furacão, que movimenta tudo, vem mexe , remexe, vira de cabeça pra baixo tudo e todos na volta. Assim foi o meu encontro com a Ana. Ela começou a vir nos encontros palhacísticos já na segunda temporada, e deu novo gás á uma idéia que parecia morrer na praia. A Ana chegou e abalou, escreveu roteiro pra um espetáculo de palhaços( Que ainda vai rolar, com ou sem edital), fizemos projeto pra este e juntos tivemos nossa primeira decepção com a tal lei de incentivo, não por que não houvesse passado, mas pela falta de transparência e legalidade que um edital público deveria ter, enfim!!!
Ana Fuchs, guerreira, inteligente, engraçada, mãezona, amigona e uma diretora incrível que soube carinhosamente dar forma, cor e som ao meu sonho. Ana querida nosso processo de trabalho foi tão entregue, intenso, amoroso e leve que quando a criança nasceu eu demorei pra perceber. Obrigada por compartilhar teu tempo, tua energia (que as vezes parece inesgotável), teus saberes, tua criatividade e tuas histórias pessoais comigo, nestes tantos dias de trabalho, cafés e chocolates. Foram dias lindos, alegres, verdadeiros presentes cada um dos nossos encontros. E graças á estes encontros que sinto dentro do coração um amor tão grande por este trabalho que em breve (menos de 24h) será entregue ao mundo, e já não será mais meu e teu, será fortalecido pela contribuição de cada um que o assistir , que rir e se emocionar com ele.
Tenho ainda muitas outras pessoas especiais a agradecer.
Mas estas três mulheres tiveram uma importância tão grande nesse momento da minha vida que sou toda gratidão por estes encontros tão regados de energia boa.
Desejo que o universo seja regido desta mesma forma, cheio de amor e generosidade.
E agora, daqui até amanhã começa a contagem regressiva, desejo levar comigo amanhã para esta 1ª apresentação (e para todas as que vierem depois) toda a luz, o amor e a generosidade que recebi para a construção deste trabalho.
E que a minha vaidade não venha estragar tudo. Assim seja!


2 comentários:

  1. Lindo, nos vimos poucas vezes mas sua história que acompanho pelo blog me emociona bastante, estou a pouco tempo na busca da minha palhaça mas o que já é certo é que é para sempre e o que me emociona em você é esso amor que tens pela arte do palhaço, bjks e sucesso hoje e sempre em todos os níveis de sua vida.

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  2. Oi Joelma, obrigada pelo comentário. É sempre bom saber que alguém lê o que eu escrevo, rsrsrs.
    Pois é a tal busca pelo palhaço, ai ai...
    é uma busca que precisa de calma, trabalho, muito trabalho, fracassos (super necessários), e amor.
    É um caminho de entrega. Que bom que você consegue ver isso na minha busca, fico muito feliz com esse retorno.
    Em junhovou faze uma pequena temporada deste trabalho lá na Usina do Gasômetro, vai lá me ver.
    Bjks

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